terça-feira, 24 de maio de 2011

chuva

A chuva veio para festejar junto as plantas
E choveu o dia todo, de dentro de casa, eu vi
Os dias de sol forte cessaram, por mais um tempo
As árvores no meu quintal ficaram mais verdes
Eu olho para fora, e logo ali todas elas dançando ao som da chuva
E o som cobre o telhado da casa, gotas
Gotas pesadas, gotas um tanto leves
Gotas molhando a roupa esquecida no varal
O céu acima das nuvens em branco
Quanto tempo eu não tomo um banho de chuva, planejado...
Os cães encolhidos em sua pequenina casa, casinha
E a chuva chove mais, e mais, e mais
E já se passaram dois dias de chuva contínua
E o rio encheu, e o chão de minha casa logo foi tomado pela água
Sapos nadando
O rio de repente cercou os muros, e logo estou em uma pequena ilha
A chuva veio para molhar o solo, molhar as plantas
Possibilitar a vida, mais feliz para as cores
Por mais sol que eu prefira
Que a chuva sempre venha nos molhar

segunda-feira, 23 de maio de 2011

fim de tarde e o sol

Agora eu abro as cortinas
E a luz do sol entra pela janela
E tudo se clareia
E tudo se alegra
E todo o ambiente fica mais vivo
Fica mais prazeroso de se presenciar
E eu nem quero mais me mover
Quero ficar aqui vendo o contraste
O verde do mato e o amarelo do sol
Como se bastasse, ainda o azul do céu
Escurecendo-se aos poucos
De um azul claro para um azul claro um pouco mais escuro
E esse fim de tarde de domingo, nem faz diferença o dia
Mas amanhã é segunda...
Mas agora é agora e pego meu violão, levantei-me
Provoco sons com o contato das cordas e meus dedos
E o contato da luz do sol em minha pele
E uma sensação de paz, paz no mundo
Esquecer de além os muros da casa
Esqueci agora, e estou aqui, entre toda essa beleza
Você, experimente isso qualquer dia
E o sol foi dormir, e eu fui também...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

gritos e um sussurro

Correndo, e correndo mais
Dizendo para si mesmo que isso não vale a pena
Mas algo muito forte está gritando aí dentro, e te puxando
Correndo atrás, você nem sabe o que é, mas continua correndo
Corre porque aprendeu a correr, aprendeu a pensar que isso é tudo
Percebe que te colocaram em um trilho? Não saia dele! Não!
A força do querer saber, e de não saber o que quer saber, te faz cair
Ele se levanta, pois começou mais uma vez a pensar na natureza
A natureza que fala calmamente com ele, mas algo grita
E não escuta a natureza
VOCÊ PRECISA DISSO! VOCÊ PRECISA ME ESCUTAR! VOCÊ PRECISA!
Precisa...
Tudo faz parte de um plano, você no trilho, e o trilho trilhado
Se tenta sair do trilho cai, e logo se levanta, e se levanta no mesmo trilho
Minha mente grita, agora são dois gritos e um sussurro
O grito que te ensinaram a ouvir
O grito de sua mente para que decida o que escutar, ela não aguenta mais
E o sussurro, que não precisa gritar, você que tem que escutá-lo
Eu tento escuta-lo, tento abafar os gritos, pois escutando o sussurro, tudo se acalma
Reconheça os gritos em você, e reconheça o sussurro
O sussurro é você, você nem escuta, mas sabe que ele está ali
Você só escuta um sussurro, escute o sussurro dentro de você
E o grito vai gritar em outro lugar, não em você
Não em mim...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

pedalando (Linda)

Acordado na madrugada fria
Pego minha bicicleta e vou
Simplismente fluo, em uma direção: frente
Logo pego a estrada que passa perto de casa
Um dia de pensamentos intensos e contínuos
A visão do horizonte embassado, sabendo que logo ali, o mar
Para sentir a energia em ondas fortes que quebram o meu silêncio
Preciso pensar, preciso refletir, senão enlouqueço...
As músicas preferidas no fone de ouvido
Transmitida ao meu cérebro, que transmite por minha boca
Recantando as canções, nem percebendo a lama atingindo minhas costas
A sujeira que nem importa. Como me importo as vezes com coisas tão simples...
Fujindo de algo, procurando algo, procurando fugir
Algumas pedalas na noite nublada de azul claro, escuro e cinza
Em um ponto de ônibus deserto um cão, uma cadela logo percebi
O nome dela é Linda, a vi pela primeira vez
Não importa quantos nomes ela já tenha, comigo é Linda, pois ela é linda
Com o olhar medroso e desconfiado, permitiu aproximar-me
Doce, calma, serena, amorosa, carinhosa, amiga, só...
A pureza do animal, que logo me tomou, e ali fiquei por vários minutos, talvez horas
Conversando e pensando
A gravidade puxou minhas lágrimas em direção a lente de meus óculos
Ao lado dela vi alguns barulhentos carros passarem, e ela atenta todo tempo
Encolhida por baixo do banco, viu me afastar colocando de volta os fones
Disse que ia voltar, ela nem se mexeu. Continuei
Ainda no meio do caminho para a praia, fui cantando
Logo ali estava, junto a brisa que me tomava
Sem os fones para ouvi-lo, pedalando na areia, entre o mar e o morro
As árvores ali pareciam de mentira, junto aos quiosques
Talvez para enfeitar a vista de quem vê
Até o fim da grande praia, voltei
Agradecendo sempre por poder presenciar sua beleza
Olhando para tudo que conseguia olhar, mas nem sempre
A vontade de conhecer, conhecer a si próprio, conhecer a natureza
Foi um ótimo momento, todo ele
Um pouco mais rápido voltei à Linda
Ela ainda deitada encolhida em baixo do banco
Parei, sentei, e ali fiquei mais um tanto
Pensando no amor puro, essa pureza que é tão extinta no ser humano, o respeito
Logo mais lágrimas, mas feliz com essa presença
Conversei mais um pouco com ela, ela não me falou uma palavra
Mas seu olhar dizia muito, e como dizia...
Levantei-me e subi na bicicleta mais uma vez, para voltar para casa, e dormir
Me afastando olhei para ela, olhar brilhante em minha direção
E eu a olhei de volta, como que dizendo: "Até logo."

sábado, 14 de maio de 2011

manhã e pé descalço

Saí da escola
Fui a praia
Tirei meu tênis
Sentei em uma pedra
E ali fiquei
Com meus pés por entre os grãos de areia
Só eu e a brisa

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Eu só quero agora lhe dizer que fico triste as vezes
Mas não Amor, não se preocupe
Só...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

subindo o morro

Mãe, estou indo subir o morro mais uma vez
Vou lá para cima e ver as estrelas mais perto um tanto
Vou subir o morro e ficar longe do barulhento mundo da cidade
Me pendurando nas árvores igual aos meus parentes
Cada vez mais alto, cada vez mais belo por estar nela, natureza
E o som do vento nas árvores que cobrem as laterais do Pico
Eu durmo com esse som na mente, e acordo com ele me chamando
Esquecer de tudo é difícil  mas estarei lá, e isso basta
O dia mais claro, a noite mais escura... e o nascer do sol tão belo como tudo por lá
A subida desgastante que eu nem vejo, só me vejo lá, então estou lá todo tempo
Acampar, dormir em barracas, dormir no mato... dormir
Dormir no topo do morro, isso que vale, estar lá, somente
Confesso que se pudesse, não voltaria... sim, para sempre lá, só ou não
Com minha gaita para fazer um som acompanhar o vento que me rodeia e vai
O som que segue para onde os pássaros dormem, por toda parte, eu vejo
Meu poder é estar lá, e meu amor é poder estar lá mais ainda, respeitar e receber o amor de volta
Mesmo com os pensamentos formigando em minha mente, desviá-los com o cheiro da manhã
E desaprender
Mãe que batalha pela vida, não se preocupe...
Ficaria por mais tempo a desfrutar o amor e a beleza da natureza de lá
Mas voltarei assim que a comida se esgotar

terça-feira, 3 de maio de 2011

dia de surf (parte 1)

Acorde cedo amigo, lá pelas seis
Se puder, te garanto a beleza, acorde às cinco... ou quatro e meia
Levante, calmo... não perca a calma
Tome o seu café da manhã, ganhe energia
Ouça os pássaros que lá fora cantam, em meio as árvores
Abosorva a mensagem de paz, pois eles só querem a paz, como nós...
Alongue-se calmamente, mantenha sempre a calma
Pegue sua prancha, passe a parafina, se tiver
Suba na bicicleta e pegue a estrada, imaginando
Observe lá no fim... consegue já ouvir o som do mar? Eu sim!
Veja, sinta, reflita, entenda... sinta o vento em sua face
Sinta o vendo passar por ti com a essência da mata
EI! O SOL ESTÁ NASCENDO! CORRA! Mas mantenha a calma
O sol crescendo no horizonte pelo mar, garanti-lhe a beleza, aí está
Céu por completo azulado, sem nuvens, o ar da manhã me tomando por completo
Só o mar... o mar, com água agora, completamente cristalina à luz do sol
Hoje está tudo perfeito, o mar, o tempo, a vontade...
Tudo perfeito para um dia de surf
Quem sabe um dia todo o resto perfeito
Como a natureza