sexta-feira, 6 de maio de 2011

subindo o morro

Mãe, estou indo subir o morro mais uma vez
Vou lá para cima e ver as estrelas mais perto um tanto
Vou subir o morro e ficar longe do barulhento mundo da cidade
Me pendurando nas árvores igual aos meus parentes
Cada vez mais alto, cada vez mais belo por estar nela, natureza
E o som do vento nas árvores que cobrem as laterais do Pico
Eu durmo com esse som na mente, e acordo com ele me chamando
Esquecer de tudo é difícil  mas estarei lá, e isso basta
O dia mais claro, a noite mais escura... e o nascer do sol tão belo como tudo por lá
A subida desgastante que eu nem vejo, só me vejo lá, então estou lá todo tempo
Acampar, dormir em barracas, dormir no mato... dormir
Dormir no topo do morro, isso que vale, estar lá, somente
Confesso que se pudesse, não voltaria... sim, para sempre lá, só ou não
Com minha gaita para fazer um som acompanhar o vento que me rodeia e vai
O som que segue para onde os pássaros dormem, por toda parte, eu vejo
Meu poder é estar lá, e meu amor é poder estar lá mais ainda, respeitar e receber o amor de volta
Mesmo com os pensamentos formigando em minha mente, desviá-los com o cheiro da manhã
E desaprender
Mãe que batalha pela vida, não se preocupe...
Ficaria por mais tempo a desfrutar o amor e a beleza da natureza de lá
Mas voltarei assim que a comida se esgotar

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